PROJETO EDUCAÇÃO E CULTURA NEGRA
1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO:
Tema: Educação e Diversidade cultural.
Tempo de execução: abril e maio de 2011.
Característica: Projeto interdisciplinar, envolvendo História, Língua
Portuguesa, Geografia, Artes e Educação Física.
1.1. BLOCO TEMÁTICO:
História, Cultura e Diversidade: Quais as coisas que fazem parte da cultura brasileira que se adquiriu por influência africana?
Ser humano, Direitos humanos e Igualdade: Como o negro é visto dentro da nossa sociedade?
Educação, ética e etnia: Valorização e respeito da nossa própria identidade.
1.2. CONTEÚDO FOCO:
O projeto tem o objetivo de trabalhar com a consciência sobre a importância do Negro para a constituição e identidade da nação brasileira, principalmente do respeito à diversidade humana e a abominação do racismo e do preconceito, desenvolvido por meio de um processo educativo do debate, do entorno, buscando nas nossas próprias raízes a herança biológica e/ou cultural trazida pela influência africana.
LÍNGUA PORTUGUESA
Inicialmente, será conduzido a partir da análise de contos de fadas e a presença de negros encerrando essa etapa com o visionamento de um conto de fadas onde a principal personagem é uma princesa negra. O trabalho terá continuidade com a leitura de lendas africanas e criação de HQ’s. Após, serão apresentadas palavras que fazem parte do vocabulário da língua portuguesa que são de origem africana a partir de quadrinhas de capoeira.
HISTÓRIA/GEOGRAFIA
Formação do povo gaúcho e contribuição dos negros nessa constituição do Rio Grande do Sul.
EDUCAÇÃO FÍSICA
Aula de capoeira e apresentação de um grupo.
ARTES
Estudo de pintura tribal africana e confecção de máscaras típicas (uso dos lap-tops).
1.3. CICLO E SÉRIE A QUE SE DESTINA:
Este projeto se destina ao 6º ano do Ensino Fundamental
2. PROBLEMA:
Historicamente, o Brasil, no aspecto legal, teve uma postura ativa e permissiva diante da discriminação e do racismo que atinge a população afro-descendente brasileira até hoje. Nesse sentido, ao analisar os dados que apontam as desigualdades entre brancos e negros, constatou-se a necessidade de políticas específicas que revertam o atual quadro.
No campo da educação, promover uma educação ética, voltada para o respeito e convívio harmônico com a diversidade deve-se partir de temáticas significativas do ponto de vista ético, propiciando condições desde a mais tenra idade, para que os alunos e alunas desenvolvam sua capacidade dialógica, tomem consciência de nossas próprias raízes históricas que ajudaram e ajudam a constituir a cultura e formar a nação brasileira, pois, o preconceito e o racismo são uma das formas de violência, diante disso, quais as situações que temos possibilidades de mudar? Qual seria a nossa contribuição concreta para viabilizar a conscientização das pessoas?
3. JUSTIFICATIVA:
Levando-se em conta a questão de preconceito racial e desvalorização do negro em nossa sociedade, historicamente rechaçado como cidadão, busca-se realizar um trabalho permanente em sala de aula, durante a constituição de competências e habilidades, que possibilite aos alunos perceber a manifestação histórica de negros no cotidiano, debatendo e refletindo sobre as diferenças não só raciais, mas em todas as dimensões, oportunizando atividades que permitam a discussão e o debate sobre as diferenças raciais e a importância de cada um no processo de construção de nosso país, estado e comunidade. Com este trabalho espera-se sensibilizar os alunos relativamente a valorização do ser humano, ultrapassando as fronteiras da violência, do preconceito e do racismo.
4. OBJETIVOS:
- Entender e valorizar a identidade da criança negra;
- Redescobrir a cultura negra, embranquecida pelo tempo;
- Trazer à tona, discussões provocantes, por meio das rodas de conversa, para um posicionamento mais crítico frente à realidade social em que vivemos.
- Sensibilizar os alunos para a conscientização da importância e valor da cultura africana/afrodescendente na constituição da sociedade brasileira;
5. DESENVOLVIMENTO:
O desenvolvimento do projeto estará em consonância com os temas citados e será feito de acordo com as necessidades da turma e a realidade local, estabelecendo o problema e a proposta de conteúdo para a classe. O tema será desenvolvido na sala de aula por meio de atividades para a sua exploração, sistematização e para a conclusão dos trabalhos. Os alunos devem fazer observações diretas no entorno familiar, observações indiretas em ilustrações e/ou vídeos, experimentações e leituras. Para tanto vamos utilizar:
- Livro: Berimbau Mandou te chamar, organizado por Bia Hetzel, ed. Manati;
- Livro: “Declaração Universal dos direitos humanos” – adaptação Ruth Rocha e Otávio Roth, 2003;
- Livros: Contos ao Redor da Floresta, de Rogério Andrade Barbosa, ed. Nova Fronteira.
- Filmes: A princesa e o sapo, Disney e Xuxa em o Mistério de Feiurinha, Globo
- Ilustração dos contos: Kumbu, o menino da floresta sagrada e Buanga, a noiva da chuva
- Roda de capoeira
- Pesquisa na internet: pintura tribal africana e máscaras africanas
Atividades:
- Momento ler: leitura do livro Berimbau mandou te chamar com recriação de rimas;
- Roda de Leitura: Contos ao redor da fogueira;
- Ilustração dos Contos ao redor da fogueira em grupo e por partes;
- Sessão de cinema: A princesa e o sapo e Xuxa em o Mistério de Feiurinha
- Discussão sobre o filme (como é tratada a personagem negra no longo de animação)
- Confeccionar cartazes – recorte, pintura e colagem - com fotos de revistas que tratam da diversidade étnica brasileira e a cultura do negro;
- Visionamento da animação Kiriku e a feiticeira (?)
Realizar brincadeiras e jogos infantis:
- Construção de uma máscara africana com papietage, gaze gessada ou durepoxi.
- Usando uma caixa de geladeira com um furinho para os olhos e expor dentro as máscaras criadas para expor a constituição do preconceito velado.
6. FECHAMENTO DO PROJETO:
6.1. RESULTADOS ESPERADOS:
- Apropriação de diversos saberes, além da conscientização sobre temas
relevantes como legislação, tolerância, direitos e deveres etc.;
- Desenvolvimento de valores – conceitos e procedimentos;
- Apropriação de novas aprendizagens, a partir de reflexões e esclarecimentos
sobre outras culturas.
No final, sempre com a orientação do professor, os alunos deverão organizar os conhecimentos que adquiriram, fazendo registros de suas atividades, com desenhos, esquemas, confecções, painéis, textos, etc. E durante essas atividades várias atitudes e valores éticos e humanos podem ser trabalhados para a consolidação do conteúdo foco.
7. AVALIAÇÃO:
A avaliação acontecerá em qualquer momento do processo educativo, de forma contínua e diagnóstica; com a intenção primordial de rever a própria prática docente criando novas possibilidades para estimular os alunos a desenvolverem-se suas potencialidades levando em conta, principalmente, os avanços individuais dentro da coletividade e a participação no desenvolvimento de todas as atividades (de acordo com as peculiaridades de cada aluno) no decorrer do projeto.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O trabalho de educação anti-racista deve começar cedo. A criança negra ou indígena precisa se ver como negra ou indígena e aprender a respeitar a imagem que tem de si mesmo e ter modelos que confirmem essa expectativa.
O projeto visa à alegria e à majestade da cultura africana e indígena, tudo como deve ser, sem constrangimentos nem equívocos.
Portanto, este projeto trata-se de uma proposta construída, mas não acabada e estará sujeito a mudanças de acordo com o cotidiano em sala de aula.
9. REFERÊNCIAS PARA DESENVOLVIMENTO DO TEMA COM AS
CRIANÇAS:
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das relações Étnico– Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Brasília: MEC, 2005. 35p.
Revista Nova Escola. Vários autores. São Paulo-SP – edição de Nov. 2004 e
2005.
ROCHA. Ruth. ROTH. Otávio. Declaração universal dos direitos humanos. São Paulo- SP, 2004. @ <http://www.portinari.org.com.br>
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